MÚSICAS

domingo, 24 de agosto de 2014

VIII. Missão Billabong: De volta a Teahupoo


24/8/14 - Domingo


Teríamos uma carona free com o Jean, que levaria o Tehau pro ferry à tarde. Mas não dava pra vacilar no horário pois queríamos chegar cedo em Papeete pra ter tempo de pegar um táxi de volta a Teahupoo antes de anoitecer, já que lá escurece logo depois das seis. Combinamos com a Laurence então, que abriu mão de acordar um pouco mais tarde no domingo pra nos levar pro porto de Moorea. Foi bem bacana com a gente! No entanto, deixamos com ela uma grana pra gasosa e tudo funcionava bem.

Com o Jean, zarpando da Fare Maheata

zzzzzzzzzzzzzzzzzzz...











Voltando pro Tahiti, cruzamos outra vez com o Pascal malucão, (des)orientando os turistas  dessa vez no porto de Moorea. Figuraça!

VÍDEO
(Música: Kiko Frascolla - Sol Poente)



Ao chegarmos em Papeete, pouco depois das nove, vimos que realmente a cidade zera no domingo e ninguém encontra nada aberto. Foi embaçado arrumar um táxi pra Teahupoo pois não é qualquer um que topa fazer um rolê de uma hora e meia até o fim da ilha, em Tahiti Iti, parte menor da ilha (a parte maior é Tahiti Nui), mesmo cobrando caro (15 mil xpf) como foi nosso caso.

Apesar de caro, foi um bom serviço do William taxista, já que fomos conversando bastante e ele nos passou várias informações turísticas. "Hot like hell, beautiful like heaven!", me disse ele sobre a Polinésia.



No final da corrida, ainda nos orientou no cais onde alguém da Pension Bonjouir iria nos buscar. Ficamos esperando e batendo papo com outro doido que puxou conversa com a gente, o Gabriel, que dizia não ser anjo pois enchia a cara todo o dia. Sou pára-raio de maluco mesmo, fazer o quê...

Gabriel, um fio desencapado do Tahiti

Agora era a expectativa pra conhecer um lugar ainda mais longe que Teahupoo mas que, pelo site, parecia bacana.

O barco chegou, um sujeito nos embarcou e fomos em direção ao finalzinho da ilha, caminho que obrigatoriamente passaria pelo campeonato que, como não entramos na internet, ainda nem sabíamos se tinha voltado a rolar ou não.





O Capitão, que na verdade era o marido da Annick, dona da Pension Bonjouir, sem perguntar nada pra gente engatou uma quarta e parou bem no spot da onda, ao lado de zilhões de barcos. O Billabong tinha recomeçado!



Ficamos um pouco e seguimos viagem até chegar num outro cais, bem mais comprido, já na nossa nova pousada. A distância pro campeonato era considerável, ou seja, precisava de barco.




Ao desembarcarmos, conhecemos a dona da pensão que, numa primeira impressão, devo confessar que não fui muito com a cara. Aquele inglês com sotaque francês, o jeito de falar e tals, me pareceu meio arrogante...sei lá.
Depois vi que não se pode dar muito valor pra primeira impressão.

Nosso novo bangalô era bem classe! Varandinha, banheiro florido típico da Polonésia e, lógico, uma bela duma cama com mosquiteiro (típico da Polinésia!).


Flores fora do vaso...



O lugar era longe mas muito charmoso. Numa propriedade enorme onde caberia muito bem um resort, Annick chamava de Paraíso, com direito a piscina artificial, piscina natural e uma trilha que dava numa cachoeira.




Depois de instalados, ela nos ofereceu uma interessante opção de almoço. Disse que tinha um hóspede que queria promover o autêntico "tahitian oven", ou seja, um buraco no chão que serve como forno onde são feitos vários pratos típicos. No buffet que serviram, tinha poisson cru, galinha e até um porco inteiro (olha a cabeça do coitado do bicho na mesa). Lá também serviram o famoso Fafaru, peixe de sabor muito forte que dizem ser afrodisíaco...

Aqui, a receita do Fafaru, pra quem quiser conferir (preparado pelo Warren). Pensa num peixe macio de "sabor fedorento"! Foi minha definição pra esta iguaria. Melhor comprar viagra...


Uh la lá...por onde começo?
Engraçado foi a Alê que não quis nem chegar muito perto da mesa e preferiu atacar a outra opção, mais barata é verdade: um sanduíche de peixe crú na baguete gigante.
Argh...que delícia!


A tarde logo se foi e ficamos tentando planejar o dia seguinte. Como iríamos pro campeonato, Annick nos explicou que dava pra usar o serviço do barco, que era pago e tinha um horário específico pra ir e voltar. Mas insistiu que o legal era ir de caiaque da pousada, que era de graça e vc tinha mais autonomia. Imaginei então que, apesar da distância pro pico, tentaríamos fazer o rolê bem cedo de caiaque mesmo, afinal era o esporte nacional e já tínhamos treinado um pouco em Moorea. Deixamos no ar...

E as coisas no ar podem ser tornar bem interessantes.


Fim de tarde em Bonjouir, terceiro e quarto rounds já disputados em Teahupoo, com a barriga cheia fui novamente atraído por mais um pôr-de-sol, dessa vez num outro ângulo, no rabo da ilha e em cima de um cais com espreguiçadeiras e cadeiras exclusivas pra apreciá-lo.

VÍDEO


Fiquei, como de costume, até o sol derreter no mar. Segui então pelo extenso píer em direção à terra firme. De repente cruzei um outro cara comendo algo, tomando uma breja e terminando de ver o mesmo show.

"C'est magnifique!". Foi só o que pude dizer, arriscando meu francês. Começamos então a trocar ideia sobre o sol, sobre o mar, sobre as ondas!
Foi quando o parisiense Pierre lançou: "Eu trabalho em Bora-Bora e também pego onda. Vim pra cá especialmente pra ver o Billabong Pro Tahiti, num barco, amanhã com uns amigos. Se vcs quiserem vir com a gente..."

Pôxa, ainda bem que gosto de contemplar o pôr-do-sol.

Nos despedimos deixando a coisa engatilhada. Contei a novidade pra Alê sem muito entusiasmo pois vai saber, né...
Sete e meia da noite e parecia três da  manhã no paraíso da Annick. Hora de nos recolhermos pra nos prepararmos pra nova aventura, fosse de caiaque ou barco, no dia seguinte. Se preciso fosse, eu iria nadando!

Agora, antes de dormir, com a promessa de um novo grande swell chegando, o barulho das ondas quebrando forte na bancada de coral é constante e é alto. Um rufar contínuo de tambores, um trovão que nunca explode.



Bonne nuit.




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