Correr pra escapar.
Escapar nem sei bem de quê mas "pra onde" é que é interessante. E poder ouvir uma lista preferida de músicas nessa escapulida é mais interessante ainda.
Tênis bem amarrado e fone de ouvido nas oreia, nada como testar uma sequência nova de sons e sentir que o compasso daquela música se encaixa perfeitamente no seu passo de corrida, seja lento ou rápido, reggae ou ska, balada ou hardcore, minimal ou psy, soul music ou rap.
Uma sequência crescente acho ideal. Como um
doping musical! Quando vc tá aquecido, num bom ritmo de corrida e entra aquele som matador, bem porrada, não tem jeito... Acabo atingindo uma maior velocidade e impulso sem nem sentir pois é automático, ajudado pelo "drop" dessa onda sonora. Sinto depois, kilômetro à frente, quando o gás pede um ritmo menor. Também sinto no dia seguinte mas aí já foi e já valeu a pena.
O legal é esse balanceamento de músicas como fosse um acerto de carro. Um combustível aditivado e barato porque sonoro.
O lance é experimentar e montar uma lista de acordo com seu ritmo. E não correr o risco, como já me aconteceu certa vez, de estar muito rápido e sentindo que estava em meu
flow, quando entrou um reggae numa sequencia aleatória, me freando as pernas e as ideias. O psicológico agiu antes de eu mudar de música e pude manter um bom ritmo, fazendo então meu melhor tempo.
Isso é a música sendo surpreendentemente fundamental nessa vida. Que ela continue comigo, no ritmo que eu esteja vivendo. Ou correndo.
Criado em 94, o Finisher Parties
foi um projeto musical completamente influenciado pelo rebuliço que tomou conta do rock pouco tempo antes, em Seattle, no início dos
anos 90. Tendo como pano de fundo o Grunge, nomes como Soundgarden, Nirvana, Alice in Chains e principalmente Stone Temple Pilots, inspiraram o Finisher nas suas composições, que falavam do cotidiano da Chácara Santo Antonio, bairro da Zona Sul de São Paulo, além de questionamentos existenciais.
