MÚSICAS

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Uma dose de ESPERANÇA

 


Finalmente o dia chegou. Fomos num sábado, após o almoço, buscar a primeira dose da vacina contra a COVID-19 pra minha mãe. Numa fila imensa de carros em volta do Autódromo de Interlagos, esquema "drive-thru", chegamos logo depois das 13 horas.

Com a antecipação em dois dias da vacinação para o grupo da idade dela, sabíamos da possibilidade de filas enormes, mas a ansiedade por uma maior proteção falou mais alto e lá fomos nós.

Na fila de espera dentro do carro, banana e bolachas pra enganar a fome. Uma garrafa de água também foi providencial. Só não podia exagerar senão um banheiro faria falta...

E a tarde correu gostosa, às vezes chuvosa e outras vezes com sol. Papos bons, histórias e reflexões da vida fizeram nosso tempo passar bem, passar rápido.


Diferente do dia anterior, quando esteve triste (algo raro) pois ficou chorosa de saudades do meu pai depois de assistir um filme que a lembrou dele, agora minha mãe estava ótima, disposta e aliviada em mais de um aspecto. Não sairíamos da fila sem tomar aquela dose de esperança.

 Tentamos deixar de lado as circunstâncias políticas que nos maltratava e também a todos os idosos espremidos num programa de vacinação falho e atrasado, mas finalmente bem vindo. Dona Glória bem mais que eu, tenta relevar todo esse imbróglio político envolvido. Me recomenda, pra minha surpresa: "Não deixa a raiva te afetar...reza um Pai Nosso quando o presidente fizer alguma besteira". 

É tão admirável toda essa sabedoria que ela tem! 

E haja Pai Nosso.



Aguardando o sinal verde: bem no 
finzinho da tarde, adentramos no autódromo 


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E depois de quase 6 horas de fila (que incrivelmente nos pareceram umas 2), finalmente minha mãe foi vacinada!

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Dia seguinte. Ela continua bem, sem ter virado jacaré, como só os imbecis pensam ("Pai Nosso...). Algumas dores aqui e ali, um pouco na aplicação e nas cadeiras por tanto tempo sentada. Ela que não se queixa da idade e que na verdade se surpreende com o avanço do tempo. Acha graça das novas limitações, compreendendo como ninguém a chegada e a constatação (recente) que chegou a vez de ser idosa. Riu quando lembrou que na juventude não entendia porque sua mãe e outros tantos idosos se queixavam de fraqueza nas pernas, já que agora ela alcançou a resposta, vivenciando na pele e nas pernas.


Daqui três meses, mais uma dose. E é claro que estaremos a fim!




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

40 semanas e 51 voltas ao redor do Sol

 


Quando essa pandemia começou, em março do ano passado, fui o mais pessimista entre meus amigos que tem filhos na escola. Todos pensavam que não iria durar muito e as escolas voltariam a abrir logo, em um ou dois meses.

Eu imaginei que pudesse voltar só depois do meio do ano, talvez em agosto.

Nem eu nem ninguém podia imaginar que seriam 40 semanas com escolas fechadas!



 Uma gestação, praticamente.


Eis que o tempo passou e as escolas reabriram então. Pra nossa alegria e principalmente a deles. Ou seria o contrário? Não é fácil concluir...

De volta à escolinha, um misto de receio nosso para com a pandemia misturado com a ansiedade da volta. Quis segurar um pouco mas não teve muito jeito, já que a primeira semana virtual da Mila na escola nova não foi lá muito animadora. Gael também não voltou de primeira. Mas no dia 18 de fevereiro, ambos brincavam com novos amiguinhos num ambiente escolar depois de muuuito tempo.

Escolas diferentes, logística nova pra levar e buscar, enfim, aquele ajuste natural de adaptação a novas situações.

Talvez eu nunca esqueça de quando acompanhei o Gael nesse seu primeiro dia de aula, ficando uma hora e pouco por lá. Ele recebeu da "Tia Patrícia" uma bola com seu nome, que já esperava uma semana por ele, sem murchar, o que já era curioso. Senti um nó na garganta, pela felicidade dele, pela lembrança de poder repetir meus pais, pela minha felicidade.

Novas emoções.

Desapareci, depois de falar pra ele que ia ao banheiro. Em casa, mais tarde, fui devidamente cobrado por ele por esse "perdido", algo cruel mas necessário.

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Três dias antes disso, aniversariamos eu e meu irmão, festejando dessa vez num "petit comité", bem diferente da festança do ano passado.

Quando eu era criança nunca tive problema de encarar sozinho um primeiro dia de aula,  pois sempre chegava acompanhado do meu gêmeo. Então um se apoiava no outro, estranhando o novo ambiente solidariamente juntos.




E como já dei 51 voltas ao redor do Sol, minha vista tá cansada. Só ela, pelo menos. Então daqui em diante, 

"Obrigada, meu amor!"
vou aumentar o tamanho das fontes de texto desse meu diário digital, pra facilitar minha vida e também da Alê, que fica linda de óculos.




quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Nas Montanhas de São Xico 2

 


Com o tempo fechadão e bastante chuva, ficamos um pouco presos sem poder fazer uns rolês de exploração. A alternativa foi usar, além do álcool gel nas mãos, álcool líquido nos copos e paciência até melhorar o clima.




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E em 5 de fevereiro, minha irmã Adriane nos mandou uma foto do melhor presente de aniversário que alguém pode querer nesse momento: a vacina!


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Conexão direta São Xico-Suíça pra
conversar com Eulália e Bruno



Assim que a chuva aliviou um pouco, saímos pelas redondezas...



...visitando os vizinhos com bastante distanciamento deles.








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Deu até pra andar a cavalo. Então selamos o Crystal e a Bavária pra uma patrulha montada na região.

Mila The Kid...


...e Buffalo Fabill


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O principal em viagens assim, é o tão necessário contato da filharada (e nosso também) com a natureza. Faz uma falta danada! 

Resgatamos assim pro nosso mundo sério de adulto, um pouco desse olhar lúdico,  inocente e inteligente deles. 


Gael nos mostrava as flores coloridas
(borboletas) voando pela trilha



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Nossos dias seguiram sossegados com noites gostosas e tranquilas, longe da Babilônia.


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Nossa nova configuração noturna!







Baterias carregadas, voltamos pra casa com um desafio ainda maior que do ano passado.

Com os casos de Covid crescendo novamente e novas variantes, a pandemia continua. Mas desta vez, apostando corrida com a vacina.

Precisamos nos proteger ainda mais de agora em diante.

Mantenho a fé numa vitória contra esse vírus..

Que Deus nos proteja a todos! 



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Nas montanhas de São Xico


Depois de voltarmos da praia, subimos ainda mais a serra pra conhecer São Francisco Xavier, na Serra da Mantiqueira. 

Na verdade, Alessandra já conhecia o pico pois esteve por lá num camping bem bacana (Canto dos Pássaros) na época de solteira, quando tinha que no máximo cuidar da cerveja pra não esquentar no copo. Hoje em dia ela tem algumas preocupações a mais...👯👶👽

O caminho é fácil: Ayrton Senna --> Carvalho Pinto --> São José dos Campos --> Monteiro Lobato --> SFX! Dá pra fazer em pouco  mais de quatro horas, onde a pior parte é sair de Sampa. 

Na próxima vez, vou pegar o Rodoanel saindo pela Imigrantes pra agilizar esse embaço da capital.


Chegando perto de São Xico, aí sim tivemos que ficar bem ligados nas dicas de Don Juan pra chegar na "Casa da Pedra", onde iríamos ficar. 

E deu tudo certo!



Antes do Portal de SFX, depois do Sítio do Picapau Amarelo, passa pelo boi da cara preta...


...entra na estrada do Bugre, mas não pega a Travessa do Mosaico, onde jaz uma árvore gigante.



Pergunte ao gnomo colorido e ele indicará!





"Encontramos!!"


Pra nos aguentar, contamos com a ótima recepção da Denise e do Robinson, que nessa pandemia, tem fixado residência por lá.

Robinson, Denise, eu, Alê, Mila, Gael e
Marisa (só nos acepipes)




Nosso chalé


Chegamos num dia lindão, com aquele calor que sabíamos que não duraria muito, pois estava prevista uma frente fria no dia seguinte. Por isso fiz questão de um banho de cachoeira assim que nos instalamos.





Era disso que eu precisava!


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(Música: Acoustic Guitar 1 by audionautix.com 
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode)





Nessa primeira noite, o cansaço tomou conta e nem ficamos muito curtindo a fogueira com céu estrelado. Que cenário! E que vacilo. Mas as crianças precisavam realmente dormir. 

No nosso chalé, Mila dormiu na cama de solteiro enquanto Gael dormiu conosco na de casal. Ele ainda nos dá trabalho durante as madrugadas, indo me buscar no nosso quarto pra dormir com ele. Dessa vez não teve esse trabalho pois já estava com a gente.

O pequeno abraçou meu braço, fazendo dele um travesseiro. Formigou um pouco, mas dormimos bem!

Capitão América de guarda na janela


Dia seguinte, Alê me fez pular da cama pra eliminar um bicho que ela pensou que fosse uma folha, até ela mudar de lugar...


Tentei capturar a Sapita mas ela saiu pulando de mim e desapareceu no banheiro. Como não encontramos, Mila não quis mais dormir próxima ao banheiro e meu lugar na cama de casal ficou pra ela.  

Não gosto de eliminar bichos. Prefiro capturar e soltar na natureza, afinal somos nós os invasores, ué.

Adamastor também gostou da gente

Tem exceções, lógico. Animais peçonhentos podem ser perigosos e daí complica se eu fizer um cerco e ele escapar.

Tadinha da aranha, nem foi batizada


A casa de pedra é de uma tranquilidade gritante. Não vimos nem sentimos o tempo passar.

Mas com certeza, vimos mudar...


Com o tempo fechado e chuva indo e vindo, pulamos do verão pra um outono bucólico.





Será que nevou nos outros dias?
Será que demos de cara com uma onça ou o saci-pererê??


Não percam os próximos capítulos!