MÚSICAS

domingo, 15 de outubro de 2023

Feriado em MAS

No feriado do Dia das Crianças, fomos descansar e espairecer em Monte Alegre.

Mas antes da viagem, um pouco de diversão dentro do carro. 

Quando pequeno, eu adorava ir com meu pai no lava rápido e passar naquela máquina esquisita...


Dito e feito. Eles também adoraram! 

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Mimi fez pouca bagunça. Mais tarde vimos que ela estava com um pouco de febre. De fato ela me pareceu muito quietinha nessa filmagem...


Depois de trombarmos com alguns super-heróis na Clínica Pediátrica, caímos na estrada.



"Esse granizo parece
o lava-rápido de ontem!"







E olha o tamanho
desse cogumelo!!😵😱


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"Pô, pai...caí da cama"



"Meu primeiro sutiã"




E em novas incursões na vida da roça pra mó de virarmos fazendeiros um dia, conhecemos duas fazendas na região.














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"Ai, ai...agora é voltar
pro trânsito da Marginal"






segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Na Praia da (dis)Grama



Depois de muuuito tempo, voltei a acompanhar o circuito mundial de surf mais de perto (literalmente) em 2014, na vitória do Gabriel Medina em Teahupoo. Até então, sem tantos brasileiros se sobressaindo como acontece hoje, ficava sabendo das notícias bem por cima. Nessa época eu já tava com a prancha “pendurada” há alguns anos, meio decepcionado com meu equipamento. Mas não entreguei os pontos de vez e mantive uma outra prancha que comprei em Ubatuba pra quem sabe um dia voltar pro mar. De 2014 pra cá, com a facilidade das transmissões ao vivo, (re)fissurei no surf acompanhando cada etapa, ano após ano, todo o Brazilian Storm até a nossa hegemonia dos tempos atuais.

Daí que em abril último, fiquei sabendo (acho que pelo Moist News) de um novo clube de surfe que tava pra pintar chamado Surf Junkie Club. Fui atrás pra ver qualéra e achei providencial pra esse meu momento "aposentec". 


Um clube com benefícios relacionados ao surf style, mas com um diferencial do século 21: seria digitalmente, via web3!



Bom, eu nem sabia que a contagem da web tava no três então fui me inteirar do assunto, que me pareceu bem complexo mas fascinante. O passaporte de entrada no clube era através da aquisição de NFTs, as artes digitais do mundo crypto. Com tantas informações novas e a complexidade do assunto pra um cara totalmente leigo como eu, boiei bastante no começo. Na real, ainda boio hoje em dia mas consegui mais ou menos entender a logística da coisa pra poder entrar na parada.

 

Numa ópera bem resumida, me tornei membro do SJC com 5 NFTs, os Junkies, criados pelo surfista e designer Marcelo Serpa, num universo de 3280 figurinhas coloridas de surfistas malucos e fissurados pela arte de pegar onda.

E essa arte eu adoro e manjo, ou pelo menos manjava antigamente, antes de virar um homem sério (mais ou menos) e pai de família. 



Nessa época, havia prometido a mim mesmo dar um tempo no surf até meus filhotes ficarem maiorzinhos, e então voltar a me dedicar sem ter que sobrecarregar demais  a mãe deles.


Agora, dentro do Surf Junkie, penso ter chegado esse momento de voltar.




E nesse terceiro benefício concedido aos membros do clube, o  esperado Drop 3, formamos então um crowd de 80 junkies, indo parar num lugar de sonho pra todo surfista, onde não há disputa com locais e as ondas são perfeitas: a Praia da Grama, em Itupeva.


TDAH é...você só percebe que a barca do surf será um dia depois
da festa do seu filhote quando vai escrever no mural de eventos da geladeira 😂😂




Até fiz o treinamento do Medina...vai dar bom!


Meeeeeu, quanto tempo fazia que eu não entrava numa surf shop pra comprar parafina...caramba!


Colei então na Star Point, já que algumas lojas perto de casa não vendiam parafina. Pô, na boa, surf shop que só vende roupa e não vende parafina não dá, né...😠


Foi aí que percebi que voltei pra um ritual. Aquele mágico, que te prepara pra cair na água. 


Roupa (do meu gêmeo)
de 1987 pra 2023: serviu!

Na loja levantei mais infos sobre a piscina com o pessoal que iria estar lá na Grama também, com a possibilidade de test drives de alguns foguetes lindões.


25 anos atrás não existia isso!



Em casa, chamei uns mini-ajudantes que eu não tinha nos meus áureos tempos, quando eu assistia os filmes dos Lumbra e não ficava com o peitoral doendo depois da primeira sessão.




Mila e Gael curtiram raspar a parafina véia



Depois de um gostoso festerê pro Gaelzinho no dia primeiro, acordei no dia segundo pronto pro que viesse!




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E tava lá a piscina. Quem não sonhou com ela algum dia? Cheguei um pouco atrasado mas ainda peguei o briefing da galera.

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A felicidade era geral e plena quando "ligaram" as ondas e entraram as primeiras séries!


Eu tinha me inscrito em quatro sessões de uma hora cada, três intermediárias e uma avançada. Nessa primeira sessão, às 10 hs, caí com minha prancha antigona mesmo, de três quilhas sem encaixe, com bico e rabeta abertos. Que beleza. Pelo menos a parafina era novinha em folha. Não tem crowd pra batalhar onda, mas como eram muitos junkies, você faz uma fila aquática onde vai um de cada vez. E é maneiro que fica rolando um som, no caso, nossa trilha junkie criada especialmente pro rolê. 

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Chegando no "outside" da piscina, pertinho de onde a onda sai da caverna, me alinhei certinho mas com o coração pulando da lycra, nervosão, afinal chegara minha vez!

Na primeira onda que tentei dropar, tomei uma vaca gostosa. Aquela que fazia tempo que eu não tomava. Mas nem sei onde errei pois só fiquei na preocupação com a parede (de concreto) e se não vinha ninguém na onda de trás. Porém isso não ocorre, já que o tal de Marshall, não aquele da Patrulha Canina mas um sujeito que fica tipo um juiz monitorando quem pega qual onda, apitou freneticamente pro próximo da fila esperar eu sair do meio da arrebentação. Nesse primeiro caldo, já tirei uma bela lasca do dedo com minha quilha fixa e véia porém bem cortante. E assim fui o primeiro atendido pela equipe de primeiros socorros lá da Grama. Nota dez pro serviço e pro Jonathan, que teve que fazer uns três curativos ao longo do dia pro meu dedo colar.

Bom, depois dessa primeira frustrante e sangrenta sessão onde tomei mais alguns caldos, pensei o seguinte: beleza, me dei mal nessa pois tô enferrujado e minha prancha não tem muita flutuação. Então vou emprestar um foguete da Star Point e, claro, vai rolar! Eu tava tão certo disso que nem pensei em cair na sessão Iniciante e por isso comi pra chuchu no almoço.



Comi tanto que fiquei "on hold" por umas duas horas!



"A salada de entrada parecia
a serra de Maresias, mano!"



Minha segunda chance chegou e lá fui eu, confiante, com uma quadriquilha da Rusty, lindona e flutuante. Peitoral doendo da primeira sessão era de menos. Eu queria mesmo era encerrar minha cisma de vez e subir na quadri triunfante, tentando sair no enquadramento do Sebastian Rojas, que tava lá clicando a galera junkie. 

Será eu entubando...kkkk...acho que não!


Bom, o fato foi que de fato não era um problema de flutuação pois também não "performei" do jeito que eu sonhava nessa segunda bateria. Pior é que fiquei mais preocupado em não danificar o foguete já que tava emprestado, né.

Rabinho entre as pernas, finalizada a sessão, devolvi a prancha e desisti da última session avançada pois só avancei no quesito "vaca sem gravidade", o que demonstra meu corpo fechado (menos o dedo) e não uma alusão à falta de gravidade num drop insano...



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Fabinho Gouveia também prestigiou o pico (sem capacete)







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Conclusão final: fracassei miseravelmente nessa minha volta…kkkk


Saí tão desanimado que, depois do show do Brother Aldo, nem dei tchau pra ninguém e zarpei pro hotel de Valinhos, cansadão.




Será que o working kills my surfing skills, Baraks?? 😓  


Na real, penso que tomei um drible do tempo. Mas não em se tratando de (minha) idade, mas sim em inatividade no surf mesmo. 


Assim espero e amém!


Não foi Drummond quem escreveu que quando perdemos (re)adquirimos o senso de moderação, do real contraditório, mas rico de possibilidades, a verdadeira dimensão da vida?? Sim, foi ele sim, um grande sábio das palavras e da vida!


Enfim, não somos invencíveis...


Mas no dia seguinte, depois de conversar com Dona Glória, minha iluminada mãe, meu astral melhorou. Mãe é foda, né! Sabe usar a sabedoria da vida e continuar ensinando a filharada, mesmo depois de tanto tempo.


Não foi dessa vez, mas meu retorno acontecerá assim desse jeito, emocionante...decepcionante ou fulgurante! 🙏




Só que ainda me pergunto: terá sido algo psicológico?




Já sou um Surf Junkie. 


A meta agora é me tornar um "Surfer" Junkie.

💪🏄




Quem sabe, se essas piscinas não transformarem por completo a essência do surf de alguma forma, ainda teremos prazer real em riscar paredes de água salgada ou mesmo de cloro.


Só preciso ficar em pé, de novo.
👀 😊