MÚSICAS

segunda-feira, 27 de junho de 2011

São Tomé das Letras

Na fita eu, Paulo e Rubão, desfalcados do Caio, o quarto cavaleiro. Pegamos um brother (Marcello)  e zarpamos pra S. Tomé quinta de madrugada, evitando assim o trânsito de bilhões de carros do feriado. Tática cansativa, mas eficaz, chegamos lá ao amanhecer numa paisagem de neblina baixa, bacana pra fotos! Chegando nesse horário também tem a vantagem de não perder o café da manhã, que foi o que aconteceu comigo todos os outros dias...

Só faltava a gente pra chegar na Pousada Arco-Íris (bem legal apesar do banheiro único pra mais de dez pessoas). Já instalados no chalé 13 (só podia ser), foi engraçado ver o Fabrízio, famigerado Bibi, descendo a rua aquela hora, cedinho, em zigue-zague, voltando pra pousada depois da primeira via crucis etílica.

Primeiro dia com metade da galera (Karina, Bianca, Alessandra, Luciano, André Pulga, Luciana, Alessandro e Fernanda) num rolê pra alguma cachoeira e a gente acordando três da tarde. Encontramos umas amigas do Paulo e fomos pra Pirâmide de S. Tomé, ver a cidade de cima, curtindo de quebra um showzinho de didgeridoo no Cruzeiro. Coincidentemente era o Rao, um figura que conheci no Enca de Terra Ronca, e que tava improvisando um remix com os sinos da Igreja que tocavam lá embaixo. Foi bem louco e, como outras coisas que rolaram por lá, inusitado. Típico de S. Tomé...

Engraçado que o tempo passa beeeem devagar naquela região. No segundo dia tive a impressão de estar lá pelo menos há uns quatro! Palpitações, insônia geral explicáveis e sem explicação, uma bad trip, indigentes chegando de manhã cedo, vaca atolada, pinga com mel, Raulzito e muito orégano...Nice!



Ir pra São Tomé das Letras é conhecer gente interessante, divertida e vários malucos! Malucos-beleza. Conheci pelo menos uns cinco desse naipe. A mulher “passada” me pedindo pra bater num cara, um caboclo que viu alguma simbiose com a gente e a fogueira, o dono italiano (Atílio) do Inferninho-Pub-Rock-Dog que o Paulo conheceu, sem falar na hiponga que vendia touca e aceitava cheque “verde”, o que me pareceu justo, sustentável e engraçado...Trombamos também o AdeMir (Brutus), amigo de um colega meu de trabalho que eu já tinha conhecido em outro contexto. Acabou conhecendo a galera e se acabou de dançar e cantar Raul com a Bia e a Alê. Viva la revolución!

A cidade é total musical, onde os sons e gêneros acabam se interferindo um pouco até. Dê dois passos pra fora do bar com reggae e já tá ouvindo Nirvana com acompanhamento de triângulo no outro. Teve um bar onde rolava no DVD um puta show do Grand Funk e também uma sinuqueta sinistra. Ficamos até a hora que começou a rolar Slayer-Porrada-na-Orelha e então subimos pra Pirâmide. Não podia faltar também show do Ventania, claro, que soprou na “danceteria” style da cidade, o For Rock! Fui pra lá com o Rubão, nosso Gene Hackman de plantão, que ficou curioso pra conhecer o som. Íamos entrar e dar uma olhada, voltando depois pra Pirâmide onde tava o resto da galera. Não deu certo. Encontramos um show bem diferente do primeiro que vi há dez anos atrás. Esse tinha mó estrutura e até bateria! Tava bacana demais e não consegui sair pra chamar o pessoal...Pior que esqueci completamente de usar o celular (também, quem iria atender??). No final, acho que o Rubão curtiu a ventania...



Muita coisa aconteceu, nem de tudo participei. Em viagem de galera, às vezes, o pessoal se dispersa...Mais passeios, mais perdidos, góticos, Fabrízio e suas histórias sobrenaturais, calças jeans, idas e vindas pra cima da pirâmide, sempre debaixo de um céu estreladaço e uma lua sorridente. Teve até uma cantora mirim de 4 anos, Mariá, que num momento bem especial pra mim, tratou de encantar todo mundo que comia pizza na pedra...Vibe boa!

Retorno pra Sampa domingo cedo. Sempre pra escapar do trânsito. Tudo fluiu bem e os dias foram menos frios que imaginei. De volta pra Babilônia, anestesia geral quando passamos na cerimônia de cremação do Seu Fernando, pai do Manta. E uma linda homenagem na guitarra. 


Próxima parada: Montevideo


(Atualização futebolística do blog: o freguês voltou!)


Nenhum comentário:

Postar um comentário