MÚSICAS

domingo, 12 de agosto de 2018

Carta ao meu pai




E aí, velhão! Como vai essa iluminação?

Por aqui estamos todos bem, com muitas saudades. Sempre com muitas saudades.

Queria contar pro senhor minhas desventuras com meus filhos, seus dois netinhos que chegaram depois de sua partida, mas que nem por isso deixarão de conhecê-lo.
A Mila, que é do chifre furado e manhosa à beça (chora mais que o irmãozinho Gael) já conhece o senhor das fotos na praia. Gaelzinho por sua vez, se agarrando nas coisas e começando a treinar pra andar, ainda vai cruzar com seus bigodes futuramente. Logo vou poder apresentar o senhor a esse fulustrica.

Estou aqui almoçando enquanto escrevo, e tenho no meu prato uma bisteca dura pra burro. Pela mãe do guarda, pai! Vou ver se peço um pudim de sobremesa.

Bom, voltando aos seus netos, ficou sabendo que o Di voltou da Europa?? Esteve participando de um torneio de futebol na Escandinávia. Imagina que experiência chocante, nessa idade, começar a conhecer o mundo e ainda jogando bola. Ele já não cabe mais no colo,  pois já está com 14 anos e é um verdadeiro galalau!
Não muito atrás mas mais fortinho, tá seu outro neto querido Johnny, que sempre nos surpreende com frases muito à frente dos seus 10 anos. Que menino esperto que ele é!

E seu time, hein? Desmancharam nosso Coringão novamente e até o técnico levaram dessa vez! Assim fica difícil se manter no topo, né. Um verdadeiro complô contra a gente... 

Ah, o pudim chegou e tá uma gostosura. No tamanho ideal, molinho e furado. Vai em homenagem ao senhor, Pipas!

Falando em homenagem, essa  semana estou sendo homenageado e ganhando presentes que a Mila faz na escolinha todos os dias. Fizemos muitos pro senhor, lembra? Agora estou recebendo esse amor de volta.   ☺☺

Não me considero um cara muito especial não, sabe meu pai. Penso que sou um figurante desse mundo. Vivo discretamente, sem muitas ambições materiais nem aquela vontade de,  por exemplo, ganhar muito dinheiro, ter um papel de destaque e dizer ou mostrar a todos que “venci na vida”. Há várias formas de vencer na vida, afinal. Entretanto,  a paternidade me faz sentir  especial. Criar filhos é algo muito especial. Somos e estamos, eu e a Alê, pra eles agora. E assim nossa capacidade de fazer as coisas pra gente fica limitada, mas tá valendo a pena tudo. Acho que formamos uma boa dupla no cuidado com eles. Alê se desdobra e tem sido sensacional. A melhor mãe que eles poderiam ter! Eu sou mais palhaço com eles, me desgasto menos, mas também não fico tanto tempo na função como ela fica. No momento, é assim que as circunstâncias se apresentam e não tem muito jeito de mudar. Mas, apesar do desgaste dela, esse é o tempo mais precioso e importante que ela pode investir cuidando deles. Que bom que podemos nos dar esse luxo.
Não tem coisa melhor do que lembrar das risadas desse pequenos quando estou no meu trabalho. É pra isso, entre outras coisas, que me empenho no trabalho: pra mantê-los sorrindo!

Então era mais isso que queria lhe contar. Que estou bem vivendo a paternidade, Papa. E com galhardia, como aprendi com o senhor.

Uma outra hora lhe escreverei novamente pra te contar da Mama e o restante da família. Bjs pra Vá!

Sdds Mil



Alemão

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