Algo não tá normal.
Sinto uma insegurança esquisita. Desde a saída de Sampa, tudo redondo pra viajar mas me sentia estranho dessa vez.
Senti arrepios, suores frios...
Sei lá o que é, pois nunca senti isso, ué!
No farol fechado, trânsito congestionado, tô ali parado quando sou abordado pra limpeza do vidro do carro. O rapaz pediu um troco e eu neguei. "Não precisa limpar pois não tenho nada aqui pra te pagar, brother". Então o cara mudou a estratégia e começou a me ameaçar com um olhar raivoso dizendo que o irmão dele estava lá perto e iria quebrar meu vidro do carro. Ofereci então umas frutas que eu tinha ali do meu lado pra trocar pela limpeza, afinal não ando com dinheiro e nem carteira uso mais. Nada feito. O cara de olhos raivosos, incrivelmente amarelos (!), continuou com as ameaças insistindo pra lhe dar alguma grana senão iriam quebrar meu vidro. Questionei, meio desesperei, me inconformei com tanto ódio gratuito. "Por quêêêê, mano? Pra quêêê isso?? Não tenho nada aqui mas te dou essas frutas que é o que eu tenho pra te ajudar". Então o farol abriu, ele desistiu e se apaziguou mandando eu ir com Deus. Que doidêra!
Pra quem estava se sentindo estranho, esse episódio me deixou ainda mais cabreiro sem nem ter chegado na Marginal Tietê! Bizarro.
Não entendia o que sentia e essa incompreensão se misturou com o susto, me fazendo divagar se eu precisava mesmo ir. Caramba, se eu não for como vou descobrir o que tá acontecendo?
Preciso ver onde isso vai dar, pois se eu voltar não saio do lugar nem consigo definir o que aconteceu. O lance será viver os próximos dias dessa viagem (pra Ubatuba e Saquarema em seguida) tentando identificar esse algo estranho temor que me chegou.
E na real, não tenho nada pra me preocupar. Meus pequenos, meus familiares, todos bem, assim como no meu trabalho também. Meu time então, nem tá jogando.
Tenho vivido uma tão boa paz de espírito nos últimos tempos.
Então, de onde vem isso? 😕
Em Ubatuba, contei dessa sensação pra minha prima Dani, bastante perdido sobre a origem de tudo isso. Pensei ser algo energético ou espiritual mas não melhorou depois de um banho de cravo que tomei no dia seguinte. Sentia porém no físico, me sentindo meio fracote, frágil mesmo, sem nenhum vestígio de doença, a não ser que fosse algo mental.
Coisa da minha cabeça? Podia ser também. Se não consigo identificar a causa, lógico que deve ser psicológico.
E parte da resposta veio no caminho de Ubatuba pra Saquarema, atravessando a Ponte Rio-Niterói, quando pude notar um certo relaxamento, pelo menos aparentemente.
Teria sido um receio de passar pelo Rio? Um medo exacerbado, porém aqui dentro entocado. Confesso que realmente não me sinto à vontade pra dirigir no Rio, mas se senti menos peso nas costas quando fui chegando em Niterói, me pareceu uma possibilidade de ter sido esse o tal temor que eu sentia. Plausível era.
Em todo caso, não foi de uma vez. Senti estranhas dores no corpo, pois esse lance do psicológico claramente afetou o físico. Fui melhorando aos poucos em Saquarema, dia após dia, me reequilibrando com a boa energia de lá e a vibe das pessoas. Tudo parecia igual ao ano passado exceto esse sentimento diferente que precisei e procurei sublimar, me exercitando nos rolês de bike, além de longas caminhadas na praia, me resguardando durante a noite lendo os livros que levei na bagagem. Planos mais ousados, como pegar onda por exemplo, deixei pra lá. Vi a galera jogando altinha pensando "Nem pensar!". De fato, não me sentia capaz de surfar muito menos jogar bola.
Espero melhorar até voltar.
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