E dessa vez a final foi 100% brasileira, com Ítalo Ferreira superando Yago Dora. O mesmo Yago que surgiu pro mundo sete anos atrás, quando estivemos por aqui assistindo a etapa e ele só perdeu pro Adriano de Souza, o Mineirinho, que foi o grande campeão.
E assim vamos recuperando terreno pra, quem sabe, colocar três brasileiros no Finals Five, em setembro. 🙏
Tamo chegando!
Eu resolvi meio que em cima da hora colar em Saquarema. Estava cozinhando a ideia e as coisas convergiram pra isso. É o tal "segredo" de você desejar muito algo e tudo fluir pra um perfeito desenlace.
O maior impeditivo era mesmo o preço das estadias por lá, uma vez que a janela tinha aberto há alguns dias e Saquá tava lotada.
Mas aí notei que meu carro ainda tinha um colchão inflável no porta-malas, que tínhamos trazido há pouco de Monte Alegre. Além disso, eu havia acabado de mudar de apartamento e minha barraca véia de guerra tava lá na área de serviço me fitando e dizendo pra mim: "Bora, pô!"
Confesso que me deu uma pequeeeeena preguiça de ir, afinal são mais de seis horas de viagem. Mas foi coisa rápida, passou logo (a preguiça).
Claro, recorri a esse vídeo explicativo do esquema da barraca. Sempre recorro. LEMBRETE QUE SEMPRE ESQUEÇO: desconectar as benditas fitas laranja e amarela na montagem (antes de jogar pra cima) e reconectá-las na desmontagem, antes de puxar a fita preta deslizante pra poder torcer a barraca num formato de 8 até dobrá-la. 👇
VÍDEO
😂😂
Fiquei no ótimo camping Equilhas de um figura super do bem, de nome imponente, quase inalcançável, o Everest.
Super solícito, não mediu esforços pra fazer um feijão com arroz e ovos fritos quando eu cheguei de viagem, varado de fome, em meio a uma festinha com os amigos de infância. Very nice!
E o melhor, Everest tem mais histórias que o Forrest Gump.
"Pois é, Renatão, Rocky Point tava muito flat então fui pra Sunset"
Instalado confortavelmente apesar do meu colchão (des)inflável que tava com um vazamento, pude deixar o carro encostado no camping já que o Everest me descolou uma bela duma Ceci, também véia de guerra, pra ir todos os dias até o point de Itaúna.
Cheguei na quarta-feira quando começaram as baterias e a previsão era de aproveitarem o swell pra encerrarem o campeonato na sexta-feira, antes de um swell maior previsto pro fim de semana, porém storm demais, o que estragaria as condições pra campeonato.
O clima quente de um inverno primaveril pra mim era o melhor e o barulho das ondas quebrando à noite avisavam que a ondulação estava crescendo.
Não tinha Peri, então fui de Ceci
Era acordar, tomar café no Paredão 803 e chegar no point de bike, tranquilão.
O bacana de acompanhar a etapa na praia é a possibilidade de trombar com os Pros de vez em quando, seja com a Johanne Defay entrando num café ou sendo obrigado a "escoltar" o John John enquanto eu chegava em Itaúna. Tava ele lá, no dia das finais, carregando duas pranchas e ocupando toda a ciclofaixa com seu staff de seguranças. Eu bem atrás dele, achei melhor não buzinar...
No caso de zerar a bateria do celu, mapinha pro camping do Everest
Acabei não encontrando com os Junkies por lá, apesar de ter trombado com o Brother Aldo na praia, tirando selfies com um fã, antes do show dele no palco do point. Slc!!
As finais acabaram sendo mesmo na sexta-feira, com Medina quase chegando nas semis, onde encontraria o Ítalo.
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Acabou perdendo pro Griffin Colapinto num mar bem difícil, deixando a sensação que podia mais e tirou o pé, quem sabe a fim de se poupar pra Olimpíada (assim esperamos).
Do outro lado da chave, Yago amassou Jordy Smith com autoridade, pra defender então o título do ano passado numa final brasileira.
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Com Wallace e a galera de Cabo Frio
Mas tava cheio nesse último dia, hein.
Na grande final, Ítalo Ferreira e Yago Dora fizeram um belíssimo duelo, nervosão e com emocionantes viradas. Mas a energia e a vontade do Ítalo, elétrico desde a primeira bateria, se sobrepuseram frente à elegância e o estilo do Yago.
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Agora é ver o que acontece nas Olimpíadas, em Teahupoo, com grandes possibilidades de medalhas pro Brasil.
Filipe Toledo, Gabriel Medina e João Chianca estarão lá, junto com a nata mundial pra ver quem rabisca melhor as ondas. Diferente dos touros brabos de Itaúna (já que não aproveitaram a Barrinha novamente esse ano), esperamos reencontrar os tubos ocos das bombas do Tahiti.
"Quero ver outro brazuca igualando meu ouro olímpico!"
No feminino, as brasileiras não se deram muito bem e a miúda casca grossa Caitlin Simmers, mesmo tomando muita porrada dos backwashes, levou o bicampeonato em Saquarema.
VÍDEO
Dia seguinte da decisão, com a previsão de mudança de tempo, resolvi ir embora pois não tem nada pior que desmontar barraca na chuva. Então juntei minhas coisas, espantei a aranha marrom que tava querendo voltar dentro da barraca enquanto eu a desmontava e zarpei de Saquarema.
Pra não dirigir direto pra Sampa, fiz um pit stop estratégico na pousada da prima Dani, em Ubatuba, o que é sempre uma ótima pedida!
Recém chegados de viagem, ficamos vendo fotos e vídeos da Dani e do Toninho nas Ilhas Galápagos. A maionese (sem ovos) e a sardinha (com açúcar) que eles fizeram estavam muito boas mas o melhor foi o escabeche que acabei levando pra Sampa.