Era um dia especial, tão lindo quanto ela!
Naquela tarde tínhamos uma missão.
"Padrinho, vocês vão lá pra jogar as coisas da madrinha, né?", perguntou o Di.
Ficamos intrigados, eu e o Jú, olhando um pra cara do outro, e por um pequeníssimo lapso de tempo, quase expliquei pro pequeno tudo sobre o nosso ritual. E ele sabia que era um ritual. Era por isso que estávamos lá, na Praia do Tombo, onde sua madrinha fez tantas caminhadas olhando pro mar, saudando Iemanjá.
"Que coisas, Di?", o Jú perguntou. "Ah, aqueles colares e pulseiras...", respondeu meu afilhado, se referindo às guias espirituais dela.
Ufa! Por pouco não me precipitei. E entendi afinal que era melhor que o Di mantivesse sua inocência e a crença no "ritual dos colares".
Um ritual das cinzas talvez o assustasse. Eu me assustaria muito, eu acho...
E num cenário perfeito, divinamente presenteado pelo espírito dela, fomos ao mirante (Ricardo e Adriane também) completar nossa missão.
E acho que é por isso que escrevo.
E descrevo.
Para não me assustar...
E melhor compreender, um ritual de amor e cinzas.
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