MÚSICAS

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Negociando com o mar novamente




Dez longos anos se passaram desde a última queda pra surfar, num mar. E lá naquela época, eu refletia sobre "pendurar meu leash" pra encarar completamente e com foco total o cuidado com meu casamento e com minha filhota que estava a caminho. 

Foi o que fiz, com toda minha alma, sem nenhum arrependimento. Eis que depois da Miloca pintou também o Gaelzinho e nos encheu ainda mais de responsabilidades e alegrias. 

Agora com eles maiorzinhos, vivo no momento um "trisal paterno" tão gostoso e incrível onde posso agora retomar bons e velhos costumes.

Aproveitei uma oportunidade e, sem reuniões no meio da semana, zarpei pro litoral a finzão de voltar a encarar ondas naturais e usar o aluguel pendente de uma prancha que ficara no ar ano passado.

Peguei essa balsa!




Capturei minha prima Gé (e sua fiel escudeira Kiara) pra me acompanharem e descemos pra curtir.
Kiara, a cadela que
não late (mas solta bastante pum...)


E foi tudo de bom! 

O dia tava lindão, com uma boa ondulação no Tombo. Nada muito grande nem pequeno demais. Gordo e liso, com um crowd esparso, um pau e pouco nas séries. Pra mim, perfeito! Dava pra entrar de boa no pêlo, mas tinha acabado de negociar uma roupa e já batizei então o neoprene.


Apesar de na primeira tentativa de varar a rebentação já ter arrebentado o leash, saí do mar pra comprar outro e continuar a missão. 

Foi uma volta ao passado com sucesso. 

Aquele passado de exatamente ter que negociar com a natureza e sua imprevisibilidade, com suas ondas e correntezas, onde se posicionar corretamente no line up pra não ter problemas com o crowd, não ser atropelado nem atropelar ninguém. Coisas que nem mais lembramos de fazer nas piscinas que estão nascendo por aí. Quanta diferença.

Me refiro àquele remar ou ficar no lugar tentando se posicionar melhor ou escapulir de uma série na cabeça. Viver o momento daquela remada forte pra não pegar a onda quebrada e ter que dar um joelhinho, subir lá em cima da crista da onda e atrás vir uma maior. E dá-lhe remada mais forte ainda. Há muito tempo que eu não vivenciava isso e, que interessante, esse jogo dá muita graça ao surf.

Não pude evitar de me perceber mais feliz lá no outside, quando voltei a ter aquele orgulho de mim e que acho que todo surfista sente de si pois a grande verdade é que a gente que surfa se sente especial já que de alguma forma, senão domamos a natureza, participamos dela. Nem que seja num belo caldo…😂


Como já disse Pepe Mujica, que tanta falta já está fazendo nesse mundo maluco, LIBERDADE é dispor de algo de tempo para gastar naquelas coisas que fundamentalmente nos motivam e nos dão força e prazer de viver. 

Gastei, ou melhor, investi muito bem dessa vez!

Head done!


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