MÚSICAS

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Máquina do Tempo

 

Manja um quadro impregnado na sua memória? É este!


Aqui reproduzo uma mensagem que mandei pro Ricardinho, como era conhecido na vizinhança um super brother nosso (meu e dos meus irmãos). Parceirão das brincadeiras e histórias da nossa infância, adolescência e vida adulta também. Costumávamos dizer que nos conhecemos nas barrigas das nossas mães, pois elas já se conheciam antes da gente. Ficávamos tanto tempo juntos que minha mãe dizia pro Ricardo: "Pô, Ricardinho, só falta você dormir aqui em casa", e ele já respondia: "Oba, posso dormir então, Tia?".

Histórias não faltaram. Era só ouvirmos tocar o sino e já íamos todos tomar banho pra entrarmos de bico nas festas de casamento na igreja onde jogávamos bola. Ricardinho não jogava, ele era perna de pau. Mas no resto, tava sempre dentro: escola, escotismo, brincar de Polícia e Ladrão (de bikes), jogo de taco, skate e principalmente, na adolescência, tentar ganhar as minas no shopping. A gente tentava, ele ganhava. Filha da mãe. Da mãe Leonor que também foi um pouco nossa mãe e que mora com imenso carinho nos nossos corações.

O Ri mora na praia hoje. E nesse dia, nos falamos um pouco por telefone depois de muuuuito tempo, pois sua mãe fez questão de ligar pra ele durante nossa visita.

"E aí, Ri...blz? Foi  muito legal rever sua mãe hoje. Enquanto esperávamos o Fê chegar com a chave pra entrarmos na nossa antiga casa, passei com os kids na frente da sua casa e vi a porta aberta. Fiquei na dúvida se ela ainda morava lá então ficamos algum tempo na frente tentando ouvir a conversa pra ver se eu reconhecia uma voz que tanto ouvi na minha vida, afinal ela era tipo uma segunda mãe pra gente. Gael me falou que tinha uns porta retratos na sala e eu até tirei uma foto pra tentar ver se eram da família Cerulli ou não. Mas ficou muito ruim e embaçado então tive que descer do carro e tocar a campainha. Me atendeu a Vanusa, que por um instante pensei se não poderia ser alguma outra antiga empregada da sua mãe. Lembrei da Solange…tinha uma com esse nome, não? Daí a Vanusa avisou lá dentro e veio a Tia Leonor, 93 anos, toda alegrinha querendo ver qual amigo seu estava tocando a campainha. Ela me pareceu ótima, apesar da pouca visão que nem minha mãe. Mesmo assim elogiou a Mila e o Gael dizendo que eram lindos. Concordei, agradecido, mas acredito que ela estava enxergando mais com o coração do que com os olhos. Ficou emocionada, assim como eu. Nos convidou pra entrar e então voltei pra dentro da sua casa depois de trocentos e oitenta mil anos, onde tudo me pareceu tão familiar e gostoso de rever, e onde pude agora ter a  oportunidade de contar pros meus filhos algumas historias que vivemos lá. Contei pra eles que a primeira vez que andei com uma bicicleta sem rodinhas foi bem em frente à sua casa, com a sua bicicleta branca e que ainda consigo lembrar nitidamente a sensação gostosa que foi andar livre das rodinhas pela primeira vez, no meu próprio equilíbrio. Também não resisti e fui ver o quintal onde brincamos tanto de Falcon, piscina e aquele brinquedo de uma bola que passa por dois fios e a gente abria os braços pra bola correr até a outra ponta. Se bobear deve existir ainda hoje com outro nome.


Enfim, meu camarada, foi uma surpreendente viagem no tempo que tive o prazer de fazer com meus filhotes e junto com sua mãe hoje. Quem sabe consigo juntar agora as nossas mães pra tentarem trocar uma ideia. Vai ser no mínimo engraçado com as duas sem escutar nem enxergar direito…😄. Teremos que ajudá-las a se entenderem."



Nesse quintal, vivemos muito da nossa história


















Nessa conversa, o Ri me contou do falecimento de um grande amigo  das antigas. Foi no início de 2024 e eu nem soube de nada.
 

Dedico esse post ao nosso velho amigo e vizinho de rua,

 José Zebele.

🙏😔

Nenhum comentário:

Postar um comentário