Depois de muuuito tempo, voltei a acompanhar o circuito mundial de surf mais de perto (literalmente) em 2014, na vitória do Gabriel Medina em Teahupoo. Até então, sem tantos brasileiros se sobressaindo como acontece hoje, ficava sabendo das notícias bem por cima. Nessa época eu já tava com a prancha “pendurada” há alguns anos, meio decepcionado com meu equipamento. Mas não entreguei os pontos de vez e mantive uma outra prancha que comprei em Ubatuba pra quem sabe um dia voltar pro mar. De 2014 pra cá, com a facilidade das transmissões ao vivo, (re)fissurei no surf acompanhando cada etapa, ano após ano, todo o Brazilian Storm até a nossa hegemonia dos tempos atuais.
Daí que em abril último, fiquei sabendo (acho que pelo Moist News) de um novo clube de surfe que tava pra pintar chamado Surf Junkie Club. Fui atrás pra ver qualéra e achei providencial pra esse meu momento "aposentec".
Um clube com benefícios relacionados ao surf style, mas com um diferencial do século 21: seria digitalmente, via web3!
Bom, eu nem sabia que a contagem da web tava no três então fui me inteirar do assunto, que me pareceu bem complexo mas fascinante. O passaporte de entrada no clube era através da aquisição de NFTs, as artes digitais do mundo crypto. Com tantas informações novas e a complexidade do assunto pra um cara totalmente leigo como eu, boiei bastante no começo. Na real, ainda boio hoje em dia mas consegui mais ou menos entender a logística da coisa pra poder entrar na parada.
Numa ópera bem resumida, me tornei membro do SJC com 5 NFTs, os Junkies, criados pelo surfista e designer Marcelo Serpa, num universo de 3280 figurinhas coloridas de surfistas malucos e fissurados pela arte de pegar onda.
E essa arte eu adoro e manjo, ou pelo menos manjava antigamente, antes de virar um homem sério (mais ou menos) e pai de família.
Nessa época, havia prometido a mim mesmo dar um tempo no surf até meus filhotes ficarem maiorzinhos, e então voltar a me dedicar sem ter que sobrecarregar demais a mãe deles.
Agora, dentro do Surf Junkie, penso ter chegado esse momento de voltar.
E nesse terceiro benefício concedido aos membros do clube, o esperado Drop 3, formamos então um crowd de 80 junkies, indo parar num lugar de sonho pra todo surfista, onde não há disputa com locais e as ondas são perfeitas: a Praia da Grama, em Itupeva.
TDAH é...você só percebe que a barca do surf será um dia depois da festa do seu filhote quando vai escrever no mural de eventos da geladeira 😂😂 |
Até fiz o treinamento do Medina...vai dar bom! |
Meeeeeu, quanto tempo fazia que eu não entrava numa surf shop pra comprar parafina...caramba!
Colei então na Star Point, já que algumas lojas perto de casa não vendiam parafina. Pô, na boa, surf shop que só vende roupa e não vende parafina não dá, né...😠
Foi aí que percebi que voltei pra um ritual. Aquele mágico, que te prepara pra cair na água.
Roupa (do meu gêmeo) de 1987 pra 2023: serviu! |
Na loja levantei mais infos sobre a piscina com o pessoal que iria estar lá na Grama também, com a possibilidade de test drives de alguns foguetes lindões.
25 anos atrás não existia isso! |
Em casa, chamei uns mini-ajudantes que eu não tinha nos meus áureos tempos, quando eu assistia os filmes dos Lumbra e não ficava com o peitoral doendo depois da primeira sessão.
Mila e Gael curtiram raspar a parafina véia |
"A salada de entrada parecia a serra de Maresias, mano!" |
Será eu entubando...kkkk...acho que não! |
Fabinho Gouveia também prestigiou o pico (sem capacete) |
Conclusão final: fracassei miseravelmente nessa minha volta…kkkk
Saí tão desanimado que, depois do show do Brother Aldo, nem dei tchau pra ninguém e zarpei pro hotel de Valinhos, cansadão.
Será que o working kills my surfing skills, Baraks?? 😓
Na real, penso que tomei um drible do tempo. Mas não em se tratando de (minha) idade, mas sim em inatividade no surf mesmo.
Assim espero e amém!
Não foi Drummond quem escreveu que quando perdemos (re)adquirimos o senso de moderação, do real contraditório, mas rico de possibilidades, a verdadeira dimensão da vida?? Sim, foi ele sim, um grande sábio das palavras e da vida!
Enfim, não somos invencíveis...
Mas no dia seguinte, depois de conversar com Dona Glória, minha iluminada mãe, meu astral melhorou. Mãe é foda, né! Sabe usar a sabedoria da vida e continuar ensinando a filharada, mesmo depois de tanto tempo.
Não foi dessa vez, mas meu retorno acontecerá assim desse jeito, emocionante...decepcionante ou fulgurante! 🙏
Só que ainda me pergunto: terá sido algo psicológico?
Já sou um Surf Junkie.
A meta agora é me tornar um "Surfer" Junkie.
💪🏄
Nenhum comentário:
Postar um comentário