No prólogo do dia
Não vejo mais o que de costume via...
E o que olham meus olhos
Não é visão da verdade
É visão turva da realidade
Realidade imperfeita
Às vezes cruel
Nem sempre direita
Muito menos fiel
Num mundo vencido
Total destruído
Que espelha a vida
Já tão distorcida
Que me leva a crer
Naquilo que vejo
E me faz esquecer
O que realmente desejo
Uma imagem real
Ao menos mais nítida
Sem esses borrões
Mais clara, mais límpida
E ao fim do dia
Já desanimado
De tudo que havia
Me deixado abalado
Essas tais distorções
De valores trocados
Não eram mais que minhas lentes
Nos olhos errados